Terra dos Doces Caseiros

Além da música, os doces caseiros se constituem na tradição que mais tem ganhado reconhecimento como patrimônio tatuiano. Nos anos recentes, inclusive, tornaram-se a principal atração turística da Cidade Ternura, somando mais de 90 mil visitantes a cada edição da Feira do Doce.

Entre as guloseimas tradicionais, destacam-se os doces ABC, produzidos, desde a década de 1950, com abóbora, batata-doce (branca e roxa) e cidra, produtos típicos da agricultura local. A produção atinge média de uma tonelada por semana, sendo intensificada nos meses de junho e julho.

Constantes em todo o ano, as vendas crescem nesse período, por causa das festas juninas e da Feira do Doce, presente no Calendário Turístico Oficial do Estado de São Paulo desde julho de 2015.

Belarmina de Campos Oliveira é apontada como precursora na produção dos doces ABC, tendo iniciado a manufatura na própria casa e inspirado outras doceiras a também se dedicarem ao fabrico.

O processo de produção leva dois dias, no mínimo. Uma vez feita, a massa é pingada manualmente, uma a uma. Em seguida, os doces são postos em uma estufa, para secagem. A receita é executada em duas etapas e garante o diferencial do doce: o recheio cremoso.

O sucesso dos doces ABC estimulou a profissionalização e consequente fundação de várias docerias, as quais ajudam a projetar o nome de Tatuí nacionalmente como “Terra dos Doces Caseiros”.

Além das fronteiras nacionais, contudo, os doces ABC tatuianos já são exportados para os Estados Unidos, Japão e Europa.

Em 5 de outubro de 2015, após ampla mobilização popular, foi promulgada a lei municipal 4.972, que declarou os doces ABC como patrimônio cultural e imaterial da gastronomia tatuiana.