Expografia do MIS de Tatuí é pré-definida
Prédio deve ser inaugurado até o mês de maio, informa o secretário municipal Buko
Da reportagem
O Comitê Consultivo do Museu da Imagem e do Som de Tatuí “Jornalista Renato Ferreira de Camargo” realizou reunião na manhã de terça-feira, 4, para atualizar o andamento do plano museológico do MIS.
O encontro ocorreu no Centro Cultural “Prof. Mauro Antônio Mendes Fiusa” (antigo Alvorada Clube), contando com a presença do secretário do Esporte, Cultura, Turismo e Lazer, Douglas Dalmatti Alves de Lima (Buko); do diretor do Departamento de Cultura, Rogério Vianna; Silvia Landa, da empresa Arquiprom; Roney Cytrynomicz, da “Narrativa Um”; e Rita Sepulveda de Faria (criadora da comunicação visual do MIS); além de diversas personalidades do setor cultural tatuiano.
Na ocasião, Silvia apresentou uma atualização do plano museológico criado para o MIS – equipamento cultural complementar ao Museu Histórico “Paulo Setúbal” – e deliberou sobre a expografia do museu, elaborada pela Arquiprom e Igor Tolofo.
A arquiteta, especialista em museografia e sócia-proprietária da Arquiprom, responsável pelo projeto da expografia do museu, iniciou a apresentação pelas perspectivas externas, que terá a história do local contada em “De Matadouro a Museu – Os significados de uma Edificação”, além da recepção dividida por uma cortina de teatro que dará acesso à sala “Memorialistas”.
“Neste espaço, nós trazemos uma introdução ao MIS, falando da importância dos ‘memorialistas’, que vai ser a Produtora Machado, o Renato (Ferreira de) Camargo e Erasmo Peixoto. A ideia é contar a história com o acervo doado pelas famílias, com vídeos e fotos, produzindo uma entrada para o MIS”, descreveu Silvia.
Conforme apresentado, o museu tem início com o painel “Entre o Ancestral e o Contemporâneo”, com informações das origens europeia, africanas e das Américas, por meio dos indígenas, que dá acesso à linha do tempo do Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos” de Tatuí, desde a atualidade até a criação, unificada a cultura nacional.
Haverá, na sala maior, um módulo triangular ao centro, dividida em três eixos: “Diálogos entre o Cururu, Hip-Hop e Fandango”, “Bailes e Baladas” e “Festas e Músicas nas Praças e nas Ruas”.
Em outra sala, o tema será “A Era das Comunicações em Massa”, com foco no teatro, telenovelas (focada na trajetória da atriz tatuiana Vera Holtz), rádio e televisão, com destaque para Maurício Loureiro Gama e Toninho Del Fiol, e um módulo focando “A Rádio de Tatuí”.
“Optamos por um roteiro de visita em modelo de conversa. Ali, não estamos tratando de tempo, estamos falando de conversas, tratando do presente, do passado, do que aconteceu e do que pode acontecer”, ressaltou a arquiteta.
O espaço “A Alma do Instrumento” apresentará a luteria da Capital da Música, incluindo uma bancada com as ferramentas para a construção de um instrumento.
A última sala do MIS será a “Produção Fonografia”, com sistema que simula uma mixagem fonográfica básica, por meio de software específico que permite selecionar, dentro de cinco possíveis, uma opção pela qual o usuário fará a mixagem e poderá, em um arquivo de áudio, enviá-la por e-mail como lembrança da visita realizada.
O aplicativo será produzido pelos alunos da Fatec de Tatuí, com direitos. “É uma interatividade desenvolvida aqui na cidade, produzida aqui, e que será disponibilizada no MIS. A gente vai trabalhar junto com eles para afinar os detalhes, que na construção vamos elaborar”, comentou.
Na sequência, foi apresentada a comunicação visual elaborada por Rita Sepulveda de Faria e Pedro Brucz, da Arquiprom. “Ao mesmo tempo que trazendo muito da história, procuramos apresentar no MIS uma linguagem contemporânea”, declarou ela.
Conforme o historiador Roney Cytrynomicz, para montar o projeto expográfico, foram consultados diversos equipamentos culturais, instituições e arquivos pessoais em Tatuí, tendo como base inicial o acervo do Museu Histórico “Paulo Setúbal”
O historiador ainda revelou que, no MIS, haverá material (em discos, vídeos, fotografias, entrevistas e depoimentos) contando a história de personalidades tatuianas – as quais podem ficar disponíveis.
Após a apreciação, o comitê realizou alguns apontamentos que serão acrescidos na execução do projeto, como jornal impresso, devido ao centenário de O Progresso de Tatuí; memorialista Pedro Henrique de Campos; e os luthiers de antes do Conservatório de Tatuí, o que muito será aplicado no desenvolvimento de exposições temporárias.
No período da tarde, o prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior recebeu o projeto expográfico do Museu da Imagem e do Som de Tatuí. O MIS foi criado por meio da lei municipal 5.286 e a sede será no antigo prédio do Matadouro Municipal.
A O Progresso de Tatuí, Silvia disse estar prevista uma atualização periódica para a expografia do MIS. Conforme a arquiteta, a atualização é uma das funções do museu. “A gente entrega um projeto que dialoga com o contemporâneo, e esta é uma das determinações”, salientou.
Ela ainda afirmou: “O MIS é um museu que representa a comunidade de Tatuí nos aspectos que envolvem a cultura, a arte, o folclore e a contemporaneidade. Esperamos que a população visite, usufrua e, principalmente, participe das atividades deste equipamento”.
Buko informou que o prédio do MIS está em fase de acabamento. Segundo ele, as obras sofreram atraso por conta das chuvas dos últimos meses, mas a intenção é entregar a estrutura física do museu até meados de maio.
“Depois de finalizar o prédio, vamos começar a implantar a parte expográfica, que deve levar alguns meses para terminar”, antecipou o secretário. A estimativa da prefeitura é de entregar a obra completa, para ser inaugurada, até o final deste ano.