Atriz de Tatuí atua em série da Netflix

Atriz de Tatuí atua em série da Netflix

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Laruama Allves despertou para o teatro no Conservatório e hoje está em “Sintonia 4”

Da reportagem

Aos 12 anos, a tatuiana Laruama Allves assistiu à peça teatral “Santa Joaninha e sua Cruel Peleja, Contra os Homens de Guerra, Contra os Homens da Igreja”, de Timochenco Wehbi, dirigida por Carlos Ribeiro no Teatro “Procópio Ferreira”, do Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”, de Tatuí.

A magia foi tão grande que, naquele momento, ela decidiu que queria ser atriz. E assim foi. Hoje, aos 37 anos e morando em São Paulo, Laruama integra o elenco da quarta temporada da série “Sintonia”, série da Netflix.

Trata-se de uma produção brasileira original da plataforma, lançada no “streaming” em 2019. Criada e dirigida pela KondZilla, o projeto tem no elenco principal Christian Malheiros, Jottapê e Bruna Mascarenhas, que, juntos, vivem um trio de amigos forçados a seguir caminhos diferentes em meio ao tráfico de drogas, ao funk e à religião, em uma comunidade de São Paulo.

A nova trama tem produção da Gullane, direção de Johnny Araújo e roteiro de Guilherme Quintella. São oito episódios, que estrearam em 25 de julho.

Laruama vive a personagem Jandira, mãe de Lindão e irmã de Jussara, que fazem parte da trama desde a primeira temporada. Jandira se entrega às drogas depois da morte do filho e, na prisão, ganha um prazo para pagar suas dívidas, passando por vários perigos.

As gravações demoraram quatro meses e aconteceram em São Paulo. Laruama filmou por um mês, já que se tratava de uma participação especial. “Fui convidada para fazer o teste e, duas semanas depois, me ligaram dizendo que eu fui a escolhida”, lembra.

Ela conta ter sido aluna de teatro e música (clarinete) no Conservatório dos 12 aos 19 anos. Depois, foi para Santo André, estudar na Escola Livre de Teatro, onde se formou. “Ali, efetivamente, começou a minha vida profissional”, afirma.

Laruama está trabalhando há quase 20 anos profissionalmente com vários grupos de São Paulo, entre eles, a Cia. São Jorge de Variedade, com o espetáculo “Festa dos Bárbaros”; Folias D’Arte, com o projeto “Crianças Fazem Folias”; e com o grupo Clã do Jabuti, com a peça “Noite de Brinquedo no Terreiro de Yayá”, que em setembro estreia temporada no Teatro Cacilda Becker.

No audiovisual, além de “Sintonia”, está no curta-metragem “Dançando na Chuva”, que integra a exposição “Dos Brasis”, no Sesc Belenzinho, na capital.

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“Quando vim para São Paulo aprofundar meus estudos, tinha como foco o teatro. E com ele tive muitas alegrias até aqui, e também o privilégio de trabalhar com grupos de grandes mestres que tive durante minha formação. Participar desses grupos que eu tenho como referência é muito importante para mim”, define Laruama.

De acordo com a atriz, ela sempre “flertou” com o audiovisual, mas por questões várias, como “achar que ainda tinha muito a fazer no teatro”, não mandava material para produtoras.

“De repente, veio esse primeiro teste, filmar as primeiras cenas, e foi apaixonante. Sinceramente, espero que a Jandira volte na quinta temporada de ‘Sintonia’. Agora só foi o começo, já estou investindo nisso. Se não vier essa série, tem uma outra que já estou namorando”, adianta.

Sobre o futuro, ela afirma querer continuar a fazer “muito teatro”. “Mas, também quero fazer os streamings, novelas, para trazer esse grande público do audiovisual, essa audiência enorme, para as plateias dos teatros”, planeja. “Espero, também, fazer um longa. Tenho esse sonho”, revela.

Infantil
Nascida e criada “na divisa entre o centro e a vila Esperança”, Laruama vem de família “metade dedicada à saúde, metade dedicada à música”. “Apesar de eu também ser instrumentista, atriz sou a primeira do clã”, brinca.

Ela diz ter ótimas lembranças de Tatuí, especialmente do Conservatório. “Tive o privilégio de ser uma criança e adolescente muito assistida, tocando clarinete, cantando no coral, no teatro. Foi ali que aprendi que tinha asas e poderia voar”, comenta.

Há 17 anos, Laruama trabalha com contação de histórias e espetáculos infantis, que diz serem as grandes alegrias dela. “Tanto que estou cursando o segundo ano de pedagogia porque quero cada vez mais me aprofundar no teatro para a infância, e, como professora de teatro, quero ter a didática, as teorias para me comunicar com as crianças”.

Segundo a atriz tatuiana, a essa bagagem do universo infantil veio de Tatuí, de um projeto desenvolvido no Conservatório e pelo qual ela começou no teatro: o “Pensando na Criança”.

“Foi onde tudo começou, e lembrar de casa só me dá forças para continuar batalhando na minha carreira, no meu sonho”, conclui.